quarta-feira - 16 de março de 2022

Setor de serviços cresce 10,9% em 2021, segundo IBGE

O setor de serviços esteve entre os mais prejudicados pela pandemia de Covid-19. No entanto, este – que representa a maior porcentagem do PIB brasileiro – teve um crescimento significativo em 2021. E esse é um contexto importante para observar, pois implica o comportamento da economia brasileira diante de tantos desafios.

De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, feita pelo IBGE e divulgada no último 10 de fevereiro, a taxa de aumento no setor foi de 10,9%. Ou seja, a maior porcentagem desde o início da série iniciada em 2012.

Neste artigo, explicamos sobre o cenário enfrentado há dois anos e possíveis desdobramentos dessa recuperação. 

Contextualização: o reflexo de 2020

No Brasil, o setor de serviços é o mais expressivo dentro do PIB do país, representando cerca de 70% – e este foi justamente um dos primeiros setores a sentir os impactos do coronavírus.

Devido ao isolamento social e ao fechamento das empresas por conta das restrições sanitárias, muitos – entre pessoas físicas e jurídicas – foram prejudicados.

Contudo, algo muito interessante surgiu em paralelo: a alta demanda por serviços que auxiliam diretamente as conveniências digitais. Empresas de TI, transporte de cargas e sistemas financeiros foram apenas alguns dos segmentos que tiveram ganhos bastante consideráveis – e isso reflete um novo comportamento no mercado.

Apesar de apontar para uma retomada econômica que ainda sente os impactos, a ascensão do setor de serviço é muito importante, já que em 2020 as empresas prestadoras de serviços somaram uma queda recorde de 7,8%.

Já em 2021, entre as razões para a retomada tão forte deste setor estão o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas restritivas. 

Resultados dos segmentos em 2021

Ao analisar os resultados levantados ao longo do último ano, a alta no volume de serviços foi observada em todos os estados brasileiros, com destaque para Santa Catarina (14,7%), Minas Gerais (14%), Rio Grande do Sul (12,1%), São Paulo (11,5%) e Rio de Janeiro (7,3%).

Veja abaixo quais foram os resultados – de aumento – das atividades de serviços em 2021:

  • Transporte aéreo: 37%;
  • Serviços de tecnologia da informação: 24,8%;
  • Serviços de alojamento e alimentação: 20,1%;
  • Serviços prestados às famílias: 18,2%;
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 15,1%;
  • Transporte terrestre: 14,7%;
  • Transporte aquaviário: 14,6%;
  • Serviços técnico-profissionais: 12,1%;
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 11,9%;
  • Serviços audiovisuais: 10,1%;
  • Serviços de informação e comunicação: 9,4%;
  • Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC): 9,4%;
  • Outros serviços prestados às famílias: 8,2%;
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: 7,3%;
  • Serviços administrativos e complementares: 5,4%;
  • Telecomunicações: -0,2%;
  • Outros serviços: 5%. 
Perspectivas para 2022

Embora o crescimento no setor de serviços seja um tanto relevante para a recuperação econômica do Brasil – o que deixa o mercado mais otimista – especialistas afirmam que ele ocorreu de maneira desigual. Deve-se levar em conta a queda no poder aquisitivo da população, o alto nível de desemprego e a inflação cada vez mais alta. É necessário cuidado e prudência para fazer previsões.

Ainda enfrentamos neste início de 2022, a variante ômicron que causou uma piora no quadro pandêmico no país. Apesar do cenário parecer mais controlado, as medidas de isolamento podem ser retomadas a qualquer momento e, consequentemente, pode haver repercussão no setor de serviços.



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