quinta-feira - 24 de outubro de 2024

“Inteligência Artificial traz nova onda de inovação na área de cobrança”, afirma Arnaldo Palma

Duas décadas de experiência permeiam a carreira de Arnaldo Palma. Ao longo dos anos, o especialista que desenvolveu sua carreira no mercado financeiro (especificamente em operações de cobrança) viu diversas transformações: a migração das fichas para CRMs, a evolução dos discadores automáticos e o surgimento de voicebots e chatbots, a cobrança digital e tantas outras até chegar na inteligência artificial.

O desafio, segundo ele, é manter a atualização constante. Até mesmo para aproveitar a expansão constante do mercado de créditos.  Esse foi um dos assuntos que o Portal Cessão de Créditos conversou com Palma, em uma entrevista exclusiva.

Confira abaixo a íntegra!

1 – Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.

Desenvolvi minha carreira no mercado financeiro, especificamente em operações de cobrança, com foco em Estratégia de Acionamento, Cobrança Digital, Régua de Cobrança, PDD, Securitização e Terceirização. Atuei principalmente no planejamento e em funções de MIS, sendo responsável por processos, estruturação de dados, análises estatísticas e relatórios. Posteriormente, assumi posições executivas em setores como Telecomunicações, Seguros e Serviços, mantendo o foco em estratégias de cobrança.

Ao longo das últimas duas décadas, tive a oportunidade de liderar equipes em ambientes complexos, sendo responsável por mais de 400 colaboradores, com 30 subordinados diretos. Nos últimos dez anos, me dediquei ao aprimoramento profissional e pessoal. Desde 2019, participei de sete maratonas e três ultramaratonas, desafios que refletiram meu compromisso com a superação e a performance.

A minha missão pessoal é “adquirir e passar conhecimento para que as pessoas vivam com mais responsabilidade, equilíbrio e tenham mais resultados”.

2 – Você possui mais de 20 anos de experiência na área de cobrança. Para você, quais foram os principais avanços nesta área neste período?

O setor de cobrança passou por uma transformação profunda. A migração das fichas para CRMs, a evolução dos discadores automáticos e o surgimento de voicebots e chatbots revolucionaram a forma de operação. A cobrança digital se consolidou com o crescimento dos portais de negociação, como evidenciado pelo Serasa, que iniciou suas POCs em 2017 e hoje lidera o setor.

Outro fator marcante foi a digitalização dos bancos. Segundo a Anbima, em 2023, 62% dos entrevistados preferiram bancos digitais, o que acelerou a modernização dos bancos tradicionais. A nova geração de consumidores, os millennials, já representa 35% da PEA, o que impulsionou a adaptação do mercado de cobrança.

A recuperação de créditos via canais digitais já supera os métodos tradicionais, resultado da integração de grandes volumes de dados e da implementação de estratégias baseadas em “Data Driven”. Com a chegada das IAs, o setor enfrentará uma nova onda de inovação, e a atualização constante será essencial para aproveitar essas oportunidades.

3 – O mercado de cessão de créditos está mais aquecido? Como acha que ele deve fechar o ano?

O mercado de cessão de créditos está em expansão, impulsionado pela busca por eficiência e pela naturalidade do processo de venda de carteiras na esteira de cobrança. Entre os principais benefícios estão a redução de custos, a antecipação de caixa e a especialização na recuperação de ativos. Para as fintechs, que operam com FIDCs, a cessão de crédito é inevitável, e o crescimento dessas operações tende a aumentar a oferta de NPLs.

O volume de crédito no Brasil alcançou R$ 5,59 trilhões em outubro de 2023, um aumento de 61% desde 2020. A projeção é de que a cessão de créditos atinja R$ 70 bilhões em 2024, um crescimento de 8% em relação a 2023. A entrada de fintechs e a modernização dos grandes bancos impulsionarão ainda mais esse mercado nos próximos anos.

4 – Qual deve ser a tendência para 2025 no mercado de cessão de créditos?

Especialistas acreditam que o mercado de cessão de créditos pode alcançar R$ 100 bilhões até 2025. Na minha opinião, o principal desafio será a concentração das maiores transações em apenas quatro grandes players, o que pode limitar a competição. No entanto, a maturidade crescente do mercado e a entrada de novos participantes devem contribuir para sua expansão.

5 – De executivo a ultramaratonista. Conte um pouco para nós como foi esse despertar para o esporte e como isso pode ajudar no dia a dia de um profissional.

Em fevereiro de 2019, retomei a prática da corrida com o objetivo de adotar um “hábito mestre” que ajudasse tanto na perda de peso quanto na melhoria da minha saúde geral. Na época, aos 46 anos, pesava 90 quilos, e consegui reduzir para 73 quilos, peso que mantenho até hoje. Aos 51 anos, tenho mais energia e vitalidade do que nunca.

Os esportes de endurance, como corrida e ciclismo, têm sido fundamentais na minha vida executiva, pois me ajudam a desenvolver resiliência e a lidar com situações de alta pressão. Eles também funcionam como uma válvula de escape essencial para qualquer profissional que lida com grandes desafios. Acredito que o esporte pode promover equilíbrio e ajudar na busca por uma versão melhor de si mesmo.

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