Duas décadas de experiência permeiam a carreira de Arnaldo Palma. Ao longo dos anos, o especialista que desenvolveu sua carreira no mercado financeiro (especificamente em operações de cobrança) viu diversas transformações: a migração das fichas para CRMs, a evolução dos discadores automáticos e o surgimento de voicebots e chatbots, a cobrança digital e tantas outras até chegar na inteligência artificial.
O desafio, segundo ele, é manter a atualização constante. Até mesmo para aproveitar a expansão constante do mercado de créditos. Esse foi um dos assuntos que o Portal Cessão de Créditos conversou com Palma, em uma entrevista exclusiva.
Confira abaixo a íntegra!
Desenvolvi minha carreira no mercado financeiro, especificamente em operações de cobrança, com foco em Estratégia de Acionamento, Cobrança Digital, Régua de Cobrança, PDD, Securitização e Terceirização. Atuei principalmente no planejamento e em funções de MIS, sendo responsável por processos, estruturação de dados, análises estatísticas e relatórios. Posteriormente, assumi posições executivas em setores como Telecomunicações, Seguros e Serviços, mantendo o foco em estratégias de cobrança.
Ao longo das últimas duas décadas, tive a oportunidade de liderar equipes em ambientes complexos, sendo responsável por mais de 400 colaboradores, com 30 subordinados diretos. Nos últimos dez anos, me dediquei ao aprimoramento profissional e pessoal. Desde 2019, participei de sete maratonas e três ultramaratonas, desafios que refletiram meu compromisso com a superação e a performance.
A minha missão pessoal é “adquirir e passar conhecimento para que as pessoas vivam com mais responsabilidade, equilíbrio e tenham mais resultados”.
O setor de cobrança passou por uma transformação profunda. A migração das fichas para CRMs, a evolução dos discadores automáticos e o surgimento de voicebots e chatbots revolucionaram a forma de operação. A cobrança digital se consolidou com o crescimento dos portais de negociação, como evidenciado pelo Serasa, que iniciou suas POCs em 2017 e hoje lidera o setor.
Outro fator marcante foi a digitalização dos bancos. Segundo a Anbima, em 2023, 62% dos entrevistados preferiram bancos digitais, o que acelerou a modernização dos bancos tradicionais. A nova geração de consumidores, os millennials, já representa 35% da PEA, o que impulsionou a adaptação do mercado de cobrança.
A recuperação de créditos via canais digitais já supera os métodos tradicionais, resultado da integração de grandes volumes de dados e da implementação de estratégias baseadas em “Data Driven”. Com a chegada das IAs, o setor enfrentará uma nova onda de inovação, e a atualização constante será essencial para aproveitar essas oportunidades.
O mercado de cessão de créditos está em expansão, impulsionado pela busca por eficiência e pela naturalidade do processo de venda de carteiras na esteira de cobrança. Entre os principais benefícios estão a redução de custos, a antecipação de caixa e a especialização na recuperação de ativos. Para as fintechs, que operam com FIDCs, a cessão de crédito é inevitável, e o crescimento dessas operações tende a aumentar a oferta de NPLs.
O volume de crédito no Brasil alcançou R$ 5,59 trilhões em outubro de 2023, um aumento de 61% desde 2020. A projeção é de que a cessão de créditos atinja R$ 70 bilhões em 2024, um crescimento de 8% em relação a 2023. A entrada de fintechs e a modernização dos grandes bancos impulsionarão ainda mais esse mercado nos próximos anos.
Especialistas acreditam que o mercado de cessão de créditos pode alcançar R$ 100 bilhões até 2025. Na minha opinião, o principal desafio será a concentração das maiores transações em apenas quatro grandes players, o que pode limitar a competição. No entanto, a maturidade crescente do mercado e a entrada de novos participantes devem contribuir para sua expansão.
Em fevereiro de 2019, retomei a prática da corrida com o objetivo de adotar um “hábito mestre” que ajudasse tanto na perda de peso quanto na melhoria da minha saúde geral. Na época, aos 46 anos, pesava 90 quilos, e consegui reduzir para 73 quilos, peso que mantenho até hoje. Aos 51 anos, tenho mais energia e vitalidade do que nunca.
Os esportes de endurance, como corrida e ciclismo, têm sido fundamentais na minha vida executiva, pois me ajudam a desenvolver resiliência e a lidar com situações de alta pressão. Eles também funcionam como uma válvula de escape essencial para qualquer profissional que lida com grandes desafios. Acredito que o esporte pode promover equilíbrio e ajudar na busca por uma versão melhor de si mesmo.
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