quarta-feira - 26 de maio de 2021

“Formas digitais de renegociação geram comodidade e conforto aos inadimplentes”, afirma o CEO da Recovery

Se o comportamento do consumidor muda, as estratégias de cobrança também precisam mudar. Prova disso é o fato das dívidas estarem sendo negociadas cada vez mais de maneira virtual

Pensando nesse contexto, a nossa entrevista do mês é com o CEO da Recovery, Wagner Sanches, que vem nos contar um pouco mais sobre como essa realidade foi incorporada na empresa. 

Pertencente ao Grupo Itaú, a Recovery é a plataforma pioneira de cobrança de dívidas no Brasil, possuindo, atualmente, mais de R$ 110 bilhões de carteiras inadimplentes sob sua custódia.

Confira a seguir a conversa que tivemos com o profissional!

Portal Cessão de Créditos: No último ano, a Recovery deu um grande salto no número de negociações feitas em canais digitais. Isso aconteceu somente por causa da pandemia que ainda nos assola ou também tem toda uma questão da necessidade em digitalizar o mercado de créditos?

Wagner Sanches: De fato, a Recovery teve um salto na digitalização do atendimento aos nossos clientes, atingindo, assim, por volta de 55% das negociações feitas em canais digitais, como site, app, WhatsApp Business e Messenger do Facebook. Essa digitalização foi importante durante a pandemia, pois trouxe comodidade e segurança para os clientes. 

A digitalização ganhou um impulso neste período pandêmico pelo fato das pessoas estarem em casa, porém, essa é uma agenda que a Recovery vem investindo forte há 2 anos via canais próprios e formas digitais de renegociação. O grande objetivo da empresa é oferecer comodidade, conforto e uma forma amigável de fazer negociações com os clientes. Isso faz com que eles tomem a frente e sintam-se à vontade para fazer a negociação no seu momento. 

Outro ponto importante foi o leque de ofertas oferecidas por nós, com algumas atingindo descontos de até 99% e parcelamento em até 60 vezes, com a parcela mínima de R$ 60. Essa é uma agenda forte da Recovery e que ganhou ainda mais espaço durante a pandemia.

Portal: Quanto às negociações feitas com quem está inadimplente, vocês avaliam individualmente cada situação para que as soluções sejam personalizadas e de acordo com a realidade vivida por essa pessoa?

WS: Sem dúvida, consideramos a realidade de cada pessoa para fazer uma oferta. Isso varia de acordo com a condição financeira e o momento que ela está vivendo. Hoje, temos uma oferta inicial, mas o nosso cliente tem total condição de negociar com a Recovery.

Portal: Sabemos que muitas grandes e médias empresas utilizam da venda de carteiras de créditos inadimplidos para gerarem fluxo de caixa. No entanto, essa prática pode ser feita por pequenas empresas também, utilizando inclusive os serviços da nossa plataforma. Como você enxerga essa fatia do mercado? Há espaço para todos prosperarem em meio à crise que estamos enfrentando?

WS: Concordo totalmente e, de fato, no Brasil a venda de carteiras é pouco desenvolvida e conhecida se compararmos com a Europa e a América do Norte. Esse mercado está concentrado nos grandes bancos, que atuam de forma mais forte com a venda de carteiras inadimplentes. Mas, no último ano, a quantidade de novos cedentes cresceu em 100%. E esse aumento se dá em empresas de outros setores, como bancos digitais, financeiras, varejistas e do ramo educacional. Em 2020, foram vistos cenários que mostraram desenvolvimento nesse mercado. 

Para pequenas empresas, esse mercado também não é desenvolvido ainda, mas acredito que isso é possível, desde que ele seja avarejado e feito inclusive por pequenas empresas. Os players vão precisar deixar essas operações mais rápidas, fáceis e digitais. Isso deve unir compradores de carteiras de grande e pequeno porte. Essa operação vale para todos os momentos, pois isso é uma coisa que pode fazer com que as empresas gerem um caixa extra com um valor que está parado. Isso dará um up em seu caixa e vai melhorar consequentemente a saúde e os investimentos da empresa.

Portal: Em sua visão, como está o mercado atual de cessão de créditos e quais são suas projeções para o futuro?

WS: Estamos vendo para 2021 um aquecimento importante para este mercado e eu acredito que teremos um crescimento de volume que deve ser bem maior do que foi visto nos últimos dois anos. Isso significa uma melhora no volume de carteiras vendidas e também na quantidade de cedentes que ofertaram suas carteiras para o mercado. Reforço que a Recovery está muito preparada para os cedentes tradicionais e para auxiliar na estruturação de novos cedentes, ajudando-os na organização deles. O caixa extra é tão importante que vale consultar a Recovery para essa venda de carteiras inadimplentes que em muitos casos estão paradas nas bases de dados da empresa.


Gostou do bate-papo? Então confira outras duas entrevistas que fizemos neste ano com especialistas do mercado de créditos: a primeira é com a Mariana Gabriel, da NPL Brasil, e, a segunda, com o Bruno Figueiredo, do Grupo DDM.