Se o comportamento do consumidor muda, as estratégias de cobrança também precisam mudar. Prova disso é o fato das dívidas estarem sendo negociadas cada vez mais de maneira virtual.
Pensando nesse contexto, a nossa entrevista do mês é com o CEO da Recovery, Wagner Sanches, que vem nos contar um pouco mais sobre como essa realidade foi incorporada na empresa.
Pertencente ao Grupo Itaú, a Recovery é a plataforma pioneira de cobrança de dívidas no Brasil, possuindo, atualmente, mais de R$ 110 bilhões de carteiras inadimplentes sob sua custódia.
Confira a seguir a conversa que tivemos com o profissional!
Wagner Sanches: De fato, a Recovery teve um salto na digitalização do atendimento aos nossos clientes, atingindo, assim, por volta de 55% das negociações feitas em canais digitais, como site, app, WhatsApp Business e Messenger do Facebook. Essa digitalização foi importante durante a pandemia, pois trouxe comodidade e segurança para os clientes.
A digitalização ganhou um impulso neste período pandêmico pelo fato das pessoas estarem em casa, porém, essa é uma agenda que a Recovery vem investindo forte há 2 anos via canais próprios e formas digitais de renegociação. O grande objetivo da empresa é oferecer comodidade, conforto e uma forma amigável de fazer negociações com os clientes. Isso faz com que eles tomem a frente e sintam-se à vontade para fazer a negociação no seu momento.
Outro ponto importante foi o leque de ofertas oferecidas por nós, com algumas atingindo descontos de até 99% e parcelamento em até 60 vezes, com a parcela mínima de R$ 60. Essa é uma agenda forte da Recovery e que ganhou ainda mais espaço durante a pandemia.
WS: Sem dúvida, consideramos a realidade de cada pessoa para fazer uma oferta. Isso varia de acordo com a condição financeira e o momento que ela está vivendo. Hoje, temos uma oferta inicial, mas o nosso cliente tem total condição de negociar com a Recovery.
WS: Concordo totalmente e, de fato, no Brasil a venda de carteiras é pouco desenvolvida e conhecida se compararmos com a Europa e a América do Norte. Esse mercado está concentrado nos grandes bancos, que atuam de forma mais forte com a venda de carteiras inadimplentes. Mas, no último ano, a quantidade de novos cedentes cresceu em 100%. E esse aumento se dá em empresas de outros setores, como bancos digitais, financeiras, varejistas e do ramo educacional. Em 2020, foram vistos cenários que mostraram desenvolvimento nesse mercado.
Para pequenas empresas, esse mercado também não é desenvolvido ainda, mas acredito que isso é possível, desde que ele seja avarejado e feito inclusive por pequenas empresas. Os players vão precisar deixar essas operações mais rápidas, fáceis e digitais. Isso deve unir compradores de carteiras de grande e pequeno porte. Essa operação vale para todos os momentos, pois isso é uma coisa que pode fazer com que as empresas gerem um caixa extra com um valor que está parado. Isso dará um up em seu caixa e vai melhorar consequentemente a saúde e os investimentos da empresa.
WS: Estamos vendo para 2021 um aquecimento importante para este mercado e eu acredito que teremos um crescimento de volume que deve ser bem maior do que foi visto nos últimos dois anos. Isso significa uma melhora no volume de carteiras vendidas e também na quantidade de cedentes que ofertaram suas carteiras para o mercado. Reforço que a Recovery está muito preparada para os cedentes tradicionais e para auxiliar na estruturação de novos cedentes, ajudando-os na organização deles. O caixa extra é tão importante que vale consultar a Recovery para essa venda de carteiras inadimplentes que em muitos casos estão paradas nas bases de dados da empresa.
Gostou do bate-papo? Então confira outras duas entrevistas que fizemos neste ano com especialistas do mercado de créditos: a primeira é com a Mariana Gabriel, da NPL Brasil, e, a segunda, com o Bruno Figueiredo, do Grupo DDM.