Metade do ano se foi e, com isso, já é possível fazer algumas considerações quanto ao cenário econômico brasileiro. Como a economia se comportou neste primeiro semestre de 2023 tem muito a ver com o reflexo dos anos anteriores, em que – não só no Brasil – houve uma retomada econômica e ainda mais, grande expectativa de mercado.
Com a previsão de aumento do PIB anual e uma inflação crescendo menos que o estimado, esperava-se que a nossa economia estivesse mais estável. No entanto, existe um problema latente que impede essa estabilidade: a alta inadimplência por parte de pessoas físicas e jurídicas – temas, inclusive, que temos abordado com bastante ênfase.
Mesmo com várias medidas discutidas e até mesmo implantadas, como a expansão de créditos para PPPs e o Programa Desenrola, as dívidas existem e mais do que isso, não conseguem ser quitadas.
Para uma parcela dos especialistas do mercado, o resultado das previsões econômicas divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no último dia 5, foi esplêndido. E não à toa, visto que muitos índices apresentaram sinais de melhora.
Segundo o instituto, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 deve crescer 2,2% – esse valor é 0,8% a mais do que o estimado em março. Já com relação à inflação, a previsão é de déficit, de acordo com a Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac): de 5,6% para 5,1%.
A queda do IPCA, índice que monitora a inflação brasileira, é devida a diversos fatores, sendo um dos principais destaques a valorização do real dentro do mercado mundial, que impactam os preços das commodities e do atacado. Para o restante do ano, a perspectiva é de estabilidade.
Toda balança tem dois pesos. Logo, se um lado está mais leve, o outro, consequentemente, está mais pesado.
Recentemente, os resultados de duas pesquisas foram divulgados: a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), feito pelo Banco Central (BC).
No primeiro estudo, constatou-se que 78,3% das famílias brasileiras estão com dívidas (abril/2023), com aumento predominante na classe média em função dos altos juros. Conforme os dados, 86,8% dos inadimplentes têm dívidas no cartão de crédito e 9% no crédito pessoal.
Já no segundo estudo, o destaque principal vai para o desaceleramento do crescimento do crédito amplo, tanto para PFs quanto para PJs – no entanto, para essa última, a situação financeira foi se deteriorando ao longo do segundo semestre do último ano. Além disso, os dados também mostram que as pessoas físicas estão com dificuldade para arcar com o pagamento de crédito bancário, gerando a já comentada inadimplência.
É preciso encarar os fatos como eles realmente são. E os da atualidade, infelizmente, não são tão positivos assim.
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