quarta-feira - 13 de abril de 2022

Aumento da inadimplência dos brasileiros nos últimos meses já afeta a economia do país

O Brasil fechou 2021 com uma porcentagem recorde de famílias endividadas. Ao todo, foram 70,9%, o maior aumento desde que a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), começou – em 2010.

Esse número traz diversas razões, como a inflação alta e a perda de poder aquisitivo de boa parte da população. No entanto, ao contrário do que se esperava com a retomada das atividades, esse cenário tende a permanecer durante todo o ano de 2022, visto que a economia deve desacelerar.

O cenário atual

De acordo com a CNC, em sua última edição da PEIC, em março deste ano soma-se 77,5% de famílias brasileiras endividadas – este número já é superior ao de fevereiro (76,6%) e, alerta ainda mais quando comparado à porcentagem de março de 2021 (67,3%).

Um dos principais motivos para que esse cenário se estabeleça é o cartão de crédito – 87% dos endividados afirmaram que ele é o que mais dá problema. Além do mais, 27,8% dos inadimplentes declararam que estão com contas em atraso e 10,8% disseram que não têm como quitar suas dívidas.

Para José Roberto Tadros, presidente da CNC, isso é reflexo da inflação nos orçamentos de diversos produtos. Pelo fato dela ser alta e persistente, muitas famílias precisam recorrer ao crédito para complementar a renda da casa, o que resulta em contas que não conseguem ser pagas ao final do mês.

O Brasil diante do mundo

Segundo um relatório realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e divulgado no dia 21 de fevereiro deste ano, o cenário de endividamento do brasileiro é preocupante. No documento, consta que sete em cada dez famílias se endividaram na pandemia e cerca de 43,2% não vão conseguir quitar as contas que fizeram.

Para a ONU, órgão responsável pelo PNUD, a solução está em realocar essas pessoas no mercado de trabalho, a fim de pagarem o que estão devendo. Só que para isso acontecer, a atuação do poder público precisa ser urgente e efetiva.

O mercado de trabalho

Apesar do mercado de trabalho no Brasil apresentar melhora, o país conta com 12 milhões de pessoas desempregadas – dados do IBGE. Além disso, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) mostrou uma pequena queda em março: agora, ele está em 75,0 pontos, o menor nível desde agosto de 2020.

Em nota, o economista da FGV Ibre, Rodolpho Tobler, afirmou que a recuperação do mercado de trabalho depende muito da recuperação da atividade econômica, porém a incerteza ainda é grande e continua sendo um fator de risco.


Mesmo o artigo apresentando dados sobre pessoas físicas, é importante salientar que pessoas jurídicas sofrem com as flutuações sócio-econômicas; afinal o endividamento/não pagamento de conta leva a impactos diretos em empresas e prestadores de serviços. Neste sentido, têm como opção quitar suas inadimplências de diversas maneiras, sendo a cessão de créditos uma alternativa.

Acesse
www.portalcessaodecreditos.com.br.

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