Desde 20 de setembro deste ano, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) está funcionando com um valor mais alto. O aumento foi a única medida encontrada para que o novo Bolsa Família seja financiado – e o objetivo é arrecadar em torno de R$ 2,14 bilhões para custear o programa.
Mesmo que seja temporário – está em vigor até o dia 31 de dezembro – esse aumento pode impactar negativamente a economia do país, visto que o reajuste nas alíquotas do imposto foi aplicado sobre operações de crédito feitas tanto por pessoa física (de 3% para 4,08% anuais) quanto pessoa jurídica (de 1,5% para 2,04% anuais).
A seguir, você vai entender um pouco mais do que se trata o IOF, bem como anda o cenário atual da economia.
Criado em 1966 para regular a economia, o IOF é um imposto cobrado sobre boa parte das operações financeiras realizadas dentro do país.
Funcionando como uma espécie de termômetro, o imposto é cobrado de pessoas físicas e jurídicas sobre alguns tipos de operações de crédito, como o empréstimo, câmbio, seguro ou operações relacionadas a imóveis ou títulos.
Com o aumento temporário do IOF, ficam mais caras as operações que envolvem crédito financeiro, o que influencia diretamente na inflação e na atividade econômica do país.
Em outras palavras, pessoas e empresas que precisarem de algum tipo de crédito até o fim deste ano vão ter que arcar com um valor acima do que estava sendo praticado. Isso acontece porque, além dos juros cobrados pelos bancos, o imposto cobrado pelo governo está mais alto.
Dentre as operações que foram afetadas pelo aumento do IOF estão:
De acordo com o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, esse aumento do imposto vem em um momento delicado e deve refletir na economia brasileira.
Além de Tingas, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também se reportou contra a alta do imposto. Segundo a nota que a entidade divulgou, “o resultado é o desestímulo aos investimentos e mais custos para empresas e famílias que precisam de crédito. Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia”.
Mas por que será que essas declarações foram feitas?
Já tem alguns meses que o cenário econômico do Brasil não é um dos mais positivos. Além dos 75,6% de famílias endividadas (Peic – novembro/2021), muitas empresas precisaram recorrer a empréstimos para não fecharem suas portas durante a pandemia – principalmente as pequenas.
Com o aumento do IOF, muitas pessoas e negócios se desestimularam a recorrer a operações de crédito, já que o preço estará mais caro na hora de pagar. Isso pode afetar justamente no funcionamento de muitos empreendimentos, além de aumentar ainda mais a inadimplência.
Para que os impactos não sejam tão agressivos, a saída é investir em um bom planejamento financeiro. E caso você não saiba como fazer isso, sugerimos a leitura deste nosso artigo: 4 dicas para um bom planejamento financeiro neste fim de ano.