A inadimplência é uma das realidades que mais estão em evidência entre as famílias brasileiras — inclusive, já mencionamos anteriormente quais são os maiores vilões dos endividados no Brasil. Então, nesse cenário, diversas empresas surgiram nos últimos anos para facilitar o pagamento dessas dívidas, como é o caso da plataforma de negociação online de débitos BLU365. E para falar sobre o assunto, o CEO e fundador da BLU, Alexandre Lara, é nosso entrevistado do mês.
Especializado em tecnologia, inovação e serviços financeiros nas mais renomadas instituições do mundo, como INSEAD, London Business School e Columbia College, Lara juntou conhecimentos nas áreas de fintechs, planejamento financeiro, estratégia, desenvolvimento de negócios e gestão de risco para fundar empresa em 2014. Desde então, uma revolução no mundo da renegociação de dívidas acontece todos os dias.
Confira a seguir a conversa exclusiva que tivemos com o Alexandre.
Alexandre Lara: Isso mesmo. Nossa missão é apoiar as empresas a otimizarem a sua gestão dos débitos vencidos e os consumidores a encurtarem a jornada de repagamento de seus débitos. Assim, ajudamos tanto as empresas como os consumidores a ficarem no azul.
Para isso, trabalhamos intensamente na otimização das estratégias de comunicação digitais, nos modelos estatísticos que as direcionam e na expansão da inteligência digital para outros canais, incluindo call centers. O principal diferencial da BLU é a capacidade de modelar o comportamento do consumidor utilizando modelos estatísticos (Machine Learning/AI). Dessa forma, proporciona uma comunicação mais assertiva e a construção de uma parceria genuína com o consumidor.
Por isso, além dos ganhos de resultados que geramos às empresas, também fomos reconhecidos por MIT, Facebook e Artemísia pela relevância do nosso impacto social.
AL: A BLU encara a digitalização como um meio, não um fim. Ou seja, o meio digital é riquíssimo para aprender sobre o comportamento do consumidor e para apoiar as estratégias de comunicação com os clientes. Assim, inúmeras probabilidades sobre o consumidor ficam à disposição das nossas estratégias, que, por sua vez, se tornam mais aderentes às necessidades dos clientes.
Por exemplo: identificamos com exatidão que determinado consumidor recebeu o auxílio emergencial; então, oferecemos uma quitação à vista para que ele desfrute de descontos mais vantajosos.
AL: Sempre focamos em ajudar as empresas a otimizarem a gestão dos ativos inadimplentes. Então, o lançamento da solução BLU Cash, de compra de carteira, foi uma expansão natural.
Durante a pandemia, alguns clientes da BLU Digital nos pediram para ajudá-los a diminuir as incertezas em torno da inadimplência prevista para 2021. Então o BLU Cash caiu como uma luva, pois ele pode ser encarado como um seguro que atenua a volatilidade do balanço, traz liquidez imediata para a empresa, libera capital e diminui os custos de gestão da inadimplência. Como a operação é apiada por uma inteligência digital diferenciada, temos conseguido ser competitivos também na compra de carteiras pequenas.
AL: Prevemos um 2021 bastante desafiador para as empresas, com a diminuição dos benefícios governamentais, aumento do desemprego e um prazo incerto para a vacinação contra o Covid-19. Torcemos muito para que a recuperação econômica chegue mais rapidamente e compense esses impactos negativos, mas a incerteza ainda será grande durante todo o 1º trimestre. Então, continuaremos ao lado das empresas oferecendo soluções inovadoras para seus desafios de gestão da inadimplência.
A solução BLU Cash tem provocado uma procura maior que o planejado inicialmente. Logo, tudo indica que, ao lado do BLU Digital e BLU FULL (call center apoiado por inteligência digital), crescerá muito no ano que vem.
AL: A situação econômica que vivemos contém um bom número de drivers que devem levar ao crescimento significativo das cessões de créditos: taxas de juros baixas, que obrigam as empresas a fazerem um uso mais eficiente do seu capital; o cenário de incertezas sobre a recuperação econômica x diminuição dos benefícios, que provocam as empresas a buscarem alternativas mais sofisticadas para gestão do balanço; e o fato de algumas empresas sentirem os efeitos de uma crise prolongada e precisarem de liquidez.
Mas, além do cenário econômico, vale lembrar também que o Banco Central vem promovendo uma agenda de mudanças para que haja novos entrantes no mercado. E muitos deles já nascem com modelos operacionais bastante ágeis e adeptos à otimização do uso do seu capital. Por isso, Fintechs, FIDCs e outros também têm nos procurado com frequência.
Além dessa conversa de hoje, muitas outras estão disponíveis aqui no Blog do Portal Cessão de Créditos, como a que tivemos com o Ricardo Marin, diretor PLAS da Deloitte. Leia e confira o que ele tem a dizer sobre o mercado da cessão de créditos.