Não há dúvidas de que pandemia do novo coronavírus acelerou diversos processos que estavam ainda engatinhando, como, por exemplo, a digitalização de serviços de algumas empresas. No entanto, em alguns casos, isso já vem sendo executado há algum tempo. É o exemplo dos feirões Serasa Limpa Nome, que surgiram bem antes da pandemia.
Essa realidade já é bastante comum na área de economia e finanças principalmente por conta de uma geração inteira de pessoas: a Y — ou millennials, como também é conhecida. Composta pelos nascidos entre 1980 e 2000, a Geração Y nasceu em um mundo mais digital e cresceu entre vários avanços tecnológicos. Além disso, o comportamento do consumidor dessa geração também tem mudado, o que acaba modificando diretamente a forma com que as empresas lidam com determinados tipos de assuntos.
Um exemplo dessa realidade são as fintechs, que encontraram um meio de se expandir frente aos bancos tradicionais. Por promoverem cada vez mais um serviço personalizado aos seus clientes, muitos deles passaram a operar integralmente no meio virtual. E esse é também o caso da negociação de dívidas.
Existem pesquisas que comprovam essa mudança de comportamento. O Bank of America constatou que 92% dessa geração com idade entre 20 e 40 anos usam os canais on-line para se comunicar com as empresas. Além disso, 73% delas também afirmam que ficariam mais empolgadas se existisse uma nova oferta financeira vinda de grandes nomes da tecnologia, como Apple ou Amazon, do que vinda de seus próprios bancos.
E qual é o resultado disso tudo? Sobretudo o surgimento de novas maneiras de efetuar um pagamento ou solicitar um empréstimo, inclusive por parte das instituições já tradicionais. Estima-se que cerca de 40% de seus acordos já são feitos de forma virtual, conforme informação da plataforma Noomis, iniciativa CIAB FEBRABAN.
Mesmo sendo um grande avanço, os bancos ainda têm muito a aprender com algumas fintechs, visto que todos os seus procedimentos são realizados on-line. O Uffa, por exemplo, além de possibilitar a negociação de dívidas das pessoas, ainda oferece meios alternativos de pagamento.
Em entrevista para o Portal Cessão de Créditos, Ana Paula Pisaneschi, cofundadora e CEO da empresa, afirmou que os endividados atuais buscam soluções alternativas para a negociação de suas contas, com canais de atendimento 24h e uma resolução sem sair de casa.
Em menos de um ano de operação, a fintech já somou um montante de R$ 1,8 bilhão em créditos recuperados. Segundo Pisaneschi, isso só foi possível pelo fato do Uffa entregar exatamente o que as pessoas procuram, além de incentivar o pagamento em dia a partir da liberação de cashback.
Pensando também nesses quase 20% da população que representam a Geração Y (segundo o Censo do IBGE), o próprio Banco Central do Brasil mantém uma agenda de reformas. A chamada Agenda BC# e está caminhando para implantar o Open Banking no país. Esse projeto está dividido em quatro fases e terá início já no final de novembro, com previsão de ser finalizado em outubro de 2021. O Open Banking tem como objetivo trazer inovações que vão beneficiar tanto os consumidores quanto o mercado.
Nesse novo modelo, o cliente assume papel central, pois terá poder sobre seus dados e poderá usar partes dos serviços de cada instituição financeira conforme sua conveniência. Com isso, poderá criar ‘seu próprio banco’. Ainda conforme o BC, o Open Banking deve ajudar a baratear os juros e serviços bancários. Além disso, deve tornar o sistema financeiro mais competitivo e melhorar a prestação de serviços ao consumidor. Outro ponto destacado é possibilitar a criação de novos modelos de negócios.
O BC afirma que a intenção do open banking é aumentar a competitividade dentro do sistema financeiro. Ou, como declarou, “o open banking deve possibilitar o surgimento de novos modelos de negócios que facilitam a comparação de produtos e serviços financeiros, contribuindo para o planejamento financeiro das famílias”.
Qual você acha que será o próximo desafio que as novas gerações irão impor para os modelos de negócios tradicionais?
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