Passados os primeiros meses do ano, com o assentamento do novo governo e o respiro diante da recuperação dos danos causados pela pandemia, os bancos projetam avanço de 8,3% para a carteira de crédito em 2023.
O setor de crédito deve se beneficiar também da expectativa de crescimento do crédito direcionado, cuja perspectiva de expansão foi de 8,6% para 9,2%, alta que pode ser explicada devido ao maior envolvimento dos bancos públicos no mercado de crédito.
Os dados foram revelados pela Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, realizada a cada 45 dias pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e iniciam uma pavimentação positiva do caminho produtivo que o mercado de crédito deve tomar neste ano.
Essa pesquisa foi realizada com 19 bancos, entre os dias 8 e 14 de fevereiro de 2023, e tem como objetivo captar as percepções dos participantes sobre a última ata do Copom e projeções para o desempenho do mercado de crédito para o ano corrente e o próximo.
Acompanhe a seguir mais informações sobre a pesquisa.
Se por um lado as expectativas são boas, do outro elas também foram freadas e é possível notar até um certo tom de pessimismo, principalmente em relação à queda da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Dos entrevistados pela pesquisa, cerca de 38,9% acreditam em queda da Selic no terceiro trimestre de 2023. Em contrapartida, 55,5% dos participantes acreditam que a queda da taxa possa ocorrer a partir do quarto trimestre de 2023.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), 55,6% dos participantes das pesquisas não projetam um crescimento diferente do que já foi divulgado nos últimos meses, portanto, eles estão de acordo quanto ao crescimento do PIB ser entre 0,5% a 1,0% em 2023. As duas parcelas restantes dos participantes, cada uma correspondente a 22,2%, acreditam que o PIB pode ser menor que o esperado ou, então, surpreender com um crescimento inesperado e bem-vindo.
De olho no futuro, essa foi a primeira pesquisa da Febraban que analisou projeções para o crédito em 2024, mantendo a expectativa positiva de alta de 7,4% para a carteira direcionada e de 7,2% para carteira com recursos livres.
Conforme abordamos neste artigo, recentemente o Governo Federal soltou atualizações sobre o programa Desenrola, que deve trabalhar para diminuir os números de inadimplentes no país. É um passo importante dado para enfrentar a situação, que atingiu níveis recordes nos últimos anos devido a inúmeros fatores.
Quase metade dos entrevistados da pesquisa (47,1%) acredita que a inadimplência da carteira livre deve seguir no processo de redução. Nesse sentido, a projeção aponta uma melhora da expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre, que saiu de 4,7% para 4,4% em 2023. No entanto, para os demais 52,9% dos participantes, a estabilização ou diminuição da inadimplência não deve acontecer ao longo de 2023.
Além do programa Desenrola, outra alternativa para minimizar as perdas advindas com os altos números de inadimplentes é a cessão de créditos. Esse tipo de negócio jurídico vem crescendo no mercado nos últimos anos.
Nele, o cedente transfere ao cessionário os direitos de cobrança dos créditos vencidos e, ao recuperar parte do dinheiro com o sucesso da transação, diminui as perdas com a inadimplência.
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